quarta-feira, 9 de abril de 2008

Futebol Clube Olaria Apresenta: A grande peleja de Deus contra o Diabo. O amistoso matutal!

Futebol Clube Olaria Apresenta:
A grande peleja de Deus contra o Diabo.

Chegando na cidade já dava pra ir vendo
Uma correria sem tamanho que já tava acontecendo.
Nem a falta de um pensamento no pensamento
Poderia pensar numa coisa tão medonha daquelas.
Arrepare no acontecimento:
Lá pras bandas de Zé do Gás, três ingazeira depois da casa de Maria Qua-qua,
Bem onde Bico de Lacre bebe leite de aveloz,
Tem uma várzea malacabada,onde se derrama sangue e cusparada
E se trava batalha feroz.
Mais era um ruge-ruge da gota.
Voava tapa e cabeçada, ponta-pé e cocorote.
E no meio daquilo tudo tava o Diabo de um lado, bufando pelas ventas,
E Cristo do outro, vestindo um chorte Voador.
E no bolo tava Zé Pilintra de apito nos dente,
Tentando acalmar toda aquela gente.
De um tamborete de bar gritava o carpinteiro José: “Juiz farizeu, velhaco, sem-vergonho”.
Tomé já nem acreditava no que via.
Cristo empurrando o capeta dizia: “Passe pra cá cabra fedorento, eu sou o dono da bola”.
E o Diabo tinhoso respondia: “Num me empurre não vu!? sou feito casca-vér, quando eu pego, se não mato, aleijo”.
Mais na frente era Pedro que se desentendia
Catucando o fiofó de um malassombro que dizia:
“Eita porterinho desenfeliz, vou te dar uma paimada de mão, que tu vai girar três dias e cair de aner no chão”.
Beu Zebu tava engaiado com Lucas no tabefe.
O lobisomem enfiava a mão no ouvido de Tadeu,
Que depois do golpe pra mais nada o juízo dele deu.
A perna cabeluda que não é besta nem nada,
Foi saindo de fininho pela beira das açoitadas.
“Olha faca e canivete pra depois da partida, é o Real” gritava um moleque ali pelas rudia.
Eu só sei que o jogo acabou na maior gritaria,
E assim foi mais uma partida do Futebol Clube Olaria.