segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Picadeiro

Nós bem que poderíamos fugir com o circo
E viver de amor mambembe.
Eu de palhaço, tu de trapezista.
Lá vem você flutuando, vestindo farrapos de nuvens,
Enquanto eu ficava lá de baixo dando trupicão
E molhando o chão com gotas de suor e melancolia.

Desce trapezista malvada.
Vem enxugar essa molhadeira.
Me empresta um farrapo dessas nuvens,
Um que cubra um pedacinho leviano,
De pele ou de pelo
Para satisfazer um coração mundano.

E se faltar elenco
Eu poderia ser o mágico ladrão de corações,
Que colocava cartas de copas nos ouvidos das donzelas desavisadas
E você poderia ser a fenomenal engolidora de espadas.
Iríamos arrancar suspiros,
Eu de amores e você com sua habilidade com as lâminas.

Assim nosso circo viveria de risos, lágrimas e amores.
Nossos corações viveriam coladinhos
E seriamos arteiros fazendo trela
Com os corações alheios,
Com os sonhos verdadeiros
E com os olhos devoradores.