sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Revoada - Para Carol Pires

Nesse mundo tudo se movimenta
E o implacável Tempo dá o tempero.
Com o tempo, tudo que o Tempo dá
O Tempo sem avisar vem e toma.

A Vida passa montada no vento
Que rasga o horizonte
E a Pipa branca no céu
Fazendo movimento mostra a direção.

Voa amiga Patativa
Que o mundo tem que embolar.
Vá longe fazer suas piruetas
E em outro puleiro cantar.

Se o Tempo implacável esfriar
E tomar o que te deu
Não chore amiga pequenina
Que Maria deixou um ninho bento.

sábado, 6 de setembro de 2008

A Partilha do pão. Cosme e Damião esperando a Fortuna

Os cavaleiros Solares açoitavam suas montarias
Com suas esporas de ouro e tabicas Fumegantes.
Os cascos dos corcéis riscavam línguas de Fogo aladas
Que Ferviam as pedras do lajedo.

Um par de irmãos santos, Cosme e Damião,
Penitentes, derramavam lágrimas agrestes.
Transpassados na alma e na Carne
Esfriavam a pedra com as gotas do pranto.

A cavalaria Ignorava e passava
Em um silêncio ensurdecedor e sepulcral
Refletindo os Lampejos dos cristais e do dourado.

Em meio a toda dor, um sorriso, um alívio.
Defronte a dentada da Onça celeste
Maria divina divide o pão e roga pela Fortuna.