Lá estava ela na janela
Vestida com as mais belas asas de borboleta,
Alheia a vida e a todos
Como se o tempo não fosse carrasco nem da vida nem dos sentimentos.
Lá estava ela na janela.
Linda, leve.
Cabelo coberto de estrelas
Que uma cigarra marota trouxe do céu.
Lá estava ela na janela.
segunda-feira, 30 de abril de 2007
sexta-feira, 27 de abril de 2007
O nefato direito d ementir do poeta
Sou o guerreiro de uma única e velha espada.
Coberto de pó e de rugas,
Com pouca providência no alforje
E de montaria magrela.
Mas na verdade eu queria mesmo era ser poeta.
Eu teria o direito adquirido de mentir.
Ai eu seria mais forte e pleno,
Muito mais belo e vistoso.
Já teria derrubado impérios
Com apenas um movimento de meu dedo
E esmagado gigantes tenebrosos
Com minhas mãos calejadas.
Um elegante gavião, desse que só os Reis têm, estaria pousado no meu ombro,
Pronto para o ataque fatal.
E em vez desse magrelo cavalo
Estaria montado numa onça pintada de duas cabeças.
Três cobras corais enormes, nunca vistas desse tamanho, me cobririam o peito.
Abelhas do céu me trariam seu tesouro.
O mel mais doce e dourado já provado
E o amigo sabiá cantaria meu sono cavalariço.
Eu não teria um nanico banhudo como escudeiro.
Meu guarda-armas seria uma jovem camponesa
Despida de roupas, de pudores e de todas as amarras
E que trataria muito bem minha espada.
Teria uma esposa em cada porto
E todo dia um papagaio amigo me traria no bico
O umbigo caído de maduro
De mais um herdeiro nascido.
Como seria bom ser poeta.
Coberto de pó e de rugas,
Com pouca providência no alforje
E de montaria magrela.
Mas na verdade eu queria mesmo era ser poeta.
Eu teria o direito adquirido de mentir.
Ai eu seria mais forte e pleno,
Muito mais belo e vistoso.
Já teria derrubado impérios
Com apenas um movimento de meu dedo
E esmagado gigantes tenebrosos
Com minhas mãos calejadas.
Um elegante gavião, desse que só os Reis têm, estaria pousado no meu ombro,
Pronto para o ataque fatal.
E em vez desse magrelo cavalo
Estaria montado numa onça pintada de duas cabeças.
Três cobras corais enormes, nunca vistas desse tamanho, me cobririam o peito.
Abelhas do céu me trariam seu tesouro.
O mel mais doce e dourado já provado
E o amigo sabiá cantaria meu sono cavalariço.
Eu não teria um nanico banhudo como escudeiro.
Meu guarda-armas seria uma jovem camponesa
Despida de roupas, de pudores e de todas as amarras
E que trataria muito bem minha espada.
Teria uma esposa em cada porto
E todo dia um papagaio amigo me traria no bico
O umbigo caído de maduro
De mais um herdeiro nascido.
Como seria bom ser poeta.
Reza de entrega do vil cavaleiro
Essa deusa de olhos rasgados
Me pega pela mão,
Me enrosca nos fios negros de seu cabelo
E me mostra uma infinidade de cores vermelhas.
Nua da cintura pra cima,
Montada em cavalo branco
E com pose de Rainha milenar,
Guarda um tesouro inigualável.
Vários cavaleiros já caíram
Pelas mãos da fêmea divindade
Que com golpes precisos
Dilacera corações errantes.
Não tenhas pena de mim grandiosa Deusa
Pois também sou cavaleiro.
Pelos séculos e séculos
Amém.
Me pega pela mão,
Me enrosca nos fios negros de seu cabelo
E me mostra uma infinidade de cores vermelhas.
Nua da cintura pra cima,
Montada em cavalo branco
E com pose de Rainha milenar,
Guarda um tesouro inigualável.
Vários cavaleiros já caíram
Pelas mãos da fêmea divindade
Que com golpes precisos
Dilacera corações errantes.
Não tenhas pena de mim grandiosa Deusa
Pois também sou cavaleiro.
Pelos séculos e séculos
Amém.
Volta para Rainha Helena do Reino da onça pintada
Escuta, Helena da onça pintada, o gavião já não para de piar.
As borboletas já pintam o ar,
A amiga patativa trás meu canto distante.
Montado em meu castanho estou voltando.
Já volto tardiamente.
Com peito aberto por espada ou por amores vassalos.
O olho já é de vidro,
Rugas, feito rios, cortam minha cara.
Prepara nosso lar
E chama os amigos para beber.
Levo cachaças que saqueei
De donzela ingênua que de seu gargalo me apoderei.
Prepara nossa mesa
E chama os amigos para comer.
Levo carne de primeira
Que de uma refinada dama o lombo amaciei.
Prepara nossa cama
Chama os amigos para provocar inveja.
Levo experiências que de longe conquistei,
De damas que o nome nem lembro mais.
Pede pra o amigo azulão compor
Uma bela canção para minha vil chegada,
Pois chegarei montado no castanho
Escoltado pela minha fiel onça pintada, digna de um Rei.
Chegarei pleno,
Gritando vitórias,
Pisando folhas secas
E com a paz dos sabiás.
As borboletas já pintam o ar,
A amiga patativa trás meu canto distante.
Montado em meu castanho estou voltando.
Já volto tardiamente.
Com peito aberto por espada ou por amores vassalos.
O olho já é de vidro,
Rugas, feito rios, cortam minha cara.
Prepara nosso lar
E chama os amigos para beber.
Levo cachaças que saqueei
De donzela ingênua que de seu gargalo me apoderei.
Prepara nossa mesa
E chama os amigos para comer.
Levo carne de primeira
Que de uma refinada dama o lombo amaciei.
Prepara nossa cama
Chama os amigos para provocar inveja.
Levo experiências que de longe conquistei,
De damas que o nome nem lembro mais.
Pede pra o amigo azulão compor
Uma bela canção para minha vil chegada,
Pois chegarei montado no castanho
Escoltado pela minha fiel onça pintada, digna de um Rei.
Chegarei pleno,
Gritando vitórias,
Pisando folhas secas
E com a paz dos sabiás.
terça-feira, 24 de abril de 2007
O cavaleiro se depara com o espelho do seu reinado.
Eu sou o Velho Galego.
Tenho duas Rainhas herdeiras.
A primeira é a Rainha do reinado dos Cachos Dourados.
A segunda é a Rainha do Reinado dos Olhos de Mar.
Em nome delas carrego meu escudo com trezentas serpentes,
Cem de prata,
Cem de ouro
E cem do mais refinado metal.
Uma espada na mão direita
Cravejada de alecrins,
uma armadura de sonhos
E um alforje carregado de doçura.
Dos meus gametas correm cores,
Do meu carbono sujem Reinados,
Das minhas dores luz,
Do meu amargo o eterno pó.
Tenho duas Rainhas herdeiras.
A primeira é a Rainha do reinado dos Cachos Dourados.
A segunda é a Rainha do Reinado dos Olhos de Mar.
Em nome delas carrego meu escudo com trezentas serpentes,
Cem de prata,
Cem de ouro
E cem do mais refinado metal.
Uma espada na mão direita
Cravejada de alecrins,
uma armadura de sonhos
E um alforje carregado de doçura.
Dos meus gametas correm cores,
Do meu carbono sujem Reinados,
Das minhas dores luz,
Do meu amargo o eterno pó.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Amada Rainha do Reinado dos Olhos de Mar
Chegou montada no vento
Em tempo de chuva
Que exorcizava a terra
E que anunciava o reinado dela.
O mestre ferreiro já gritava:
Vem, vem, vem, vem...
Papa-capim chegou na janela,
Concriz se assanhou no jardim,
Jandaia emprestou suas cores,
Canário trouxe flores amarelas.
Os anjos deram o sinal.
Oito bicos de lacre prepararam o trono com crepom
Azulão cuidou do portão
A elegante sabiá preparou uma mesa especial de frutinhas.
E o mestre ferreiro gritava:
Vem, vem, vem, vem...
É chegada a hora da segunda Rainha.
Com manto de celofane,
Coberto de pirilampos
É a Rainha com olhos cheios de Mar.
O velho galego te recebe
Com o alforje carregado de doçura.
De espada na mão te proteger ele jura.
Amada Rainha do Reinado dos Olhos de Mar.
E o mestre ferreiro gritava:
Vem, vem, vem, vem...
Em tempo de chuva
Que exorcizava a terra
E que anunciava o reinado dela.
O mestre ferreiro já gritava:
Vem, vem, vem, vem...
Papa-capim chegou na janela,
Concriz se assanhou no jardim,
Jandaia emprestou suas cores,
Canário trouxe flores amarelas.
Os anjos deram o sinal.
Oito bicos de lacre prepararam o trono com crepom
Azulão cuidou do portão
A elegante sabiá preparou uma mesa especial de frutinhas.
E o mestre ferreiro gritava:
Vem, vem, vem, vem...
É chegada a hora da segunda Rainha.
Com manto de celofane,
Coberto de pirilampos
É a Rainha com olhos cheios de Mar.
O velho galego te recebe
Com o alforje carregado de doçura.
De espada na mão te proteger ele jura.
Amada Rainha do Reinado dos Olhos de Mar.
E o mestre ferreiro gritava:
Vem, vem, vem, vem...
terça-feira, 17 de abril de 2007
Afe minha menininha
Afe minha menininha.
Me veste da fadas amarelinhas,
Cria uma tromba enorme no meu rosto,
Me faz pescar num rio gelado em nosso quarto.
Me mostra o sapo que pulou por trás do sofá,
As gaigotas pregadas num teto coberto de estralas
E papel celofane rozinha pra compor.
Afe minha menininha.
Vou te mostrar como se escreve um A
E você vai rir.
Vou te cantar a música das minhocas,
E você vai rir.
Afe minha menininha.
Me veste da fadas amarelinhas,
Cria uma tromba enorme no meu rosto,
Me faz pescar num rio gelado em nosso quarto.
Me mostra o sapo que pulou por trás do sofá,
As gaigotas pregadas num teto coberto de estralas
E papel celofane rozinha pra compor.
Afe minha menininha.
Vou te mostrar como se escreve um A
E você vai rir.
Vou te cantar a música das minhocas,
E você vai rir.
Afe minha menininha.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Maria do Rio.

Eita Maria.
Com seu olhar gateado e cabelo trançado.
Nua da cintura pra cima,
Nua da Cintura pra baixo,
Me levou pra ser o cheiro do rio
E ver ela ser a Lua Minguante.
Eita Maria.
Vem montar em meu cancão castanho,
Com 4 mil serpentes decorando o peito,
Mil de ouro, mil de prata, mil de bronze
E mil do mais refinado metal.
Eita Maria do Rio.
Com seu olhar gateado e cabelo trançado.
Nua da cintura pra cima,
Nua da Cintura pra baixo,
Me levou pra ser o cheiro do rio
E ver ela ser a Lua Minguante.
Eita Maria.
Vem montar em meu cancão castanho,
Com 4 mil serpentes decorando o peito,
Mil de ouro, mil de prata, mil de bronze
E mil do mais refinado metal.
Eita Maria do Rio.
Assinar:
Postagens (Atom)