terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

O tenebroso embate entre a serpente e ela mesma

Lá vem mais uma do velho galego errante.
Ele vinha bem acomodado em sua magrela montaria,
Cavalgando pesadamente pelas terras vermelhas onde os ventos são celestiais
E favor por ali Deus já não fazia.

O dia estava quente,
tão quente que fervia,
E o Rei Sol castigava impiedosamente o velho errante.
E continuava sua busca sem apatia.

Bem no horizonte, turvo pelo calor,
ele pode ver uma velha jaqueira a seu favor.
De pronto virou sua montaria
E pra lá sem nem pestanejar desembestou correria.

Desmontou de seu cavalo,
largou sua armadura de couro no chão
E deitou na grama pra cochilar.
Roncava que mais parecia um leitão.

De repente, um poderoso sibilo interrompeu seu sono.
O barulho era feito o do trovão.
Sem entender direito o que por ali acontecia
Ele se sentou na grama pra ver que corria.

Uma Besta milenar em forma de serpente coral,
Com cores vibrantes
E dentes afiados
com ela mesma discutia.

A cabeça pelejava com o rabo
E o rabo se danava com a cabeça.
A brega se dava de forma nefasta
Por motivo das avessas.

Tudo aquilo porque
O enxerido do rabo queria guiar o corpo
Por conta de inveja
E pra trás deixar a cabeça.

Era dentada de um lado, chicotada do outro,
E dava um nó e desfazia o arremate
E no fim das contas, o rabo já meio baqueado fraquejou
E a cabeça saiu na carreira achado que tinha ganho o combate.

Já ia toda orgulhosa e serelepe
Quando notou que estava presa.
O vil rabo tinha se engendrado nas raízes
E falou que dali só sairia se a cabeça lhe fizesse uma surpresa.

A cabeça deu-se por vencida e recuou.
E por conta do novo posto adquirido
O rabo pomposo e orgulhoso
foi pra frente guiou.

A cabeça morta de vergonha fechou os olhos
E se colocou no lugar que lhe restava.
Ficou a disposição
Do rabo que a guiava.

A cobra completamente cega
Saiu do meio do mato
E desavisada que estava
Seguia pelo descoberto barro.

A pobre cobra não notou
Um antigo carcará que ali já rondava.
Com suas penas flamejantes ele arremeteu
A vida da cobra ali findava.

Foi um bote só
Certeiro como um bisturi.
Era uma vez uma cobra que andava de ré.
O velho galego caiu na risada, então voltou a dormir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu to muito arretada para comentar algo que preste.. SACO Q TU É!