quarta-feira, 11 de julho de 2007

69 da Catarinata

Era uma cruzada secular,
Embarcado numa nau imponente
Com velas brancas de reino decente,
Um Capitão velho resolveu os quatro céus navegar.

Setenta homens embarcados.
Setenta guerreiros sangrentos.
Setenta famílias lascadas.
Setenta desejos crescendo.

Entre os velhacos marinheiros
Estava uma bela dama.
Filha querida e prendada do capitão
Que atendia pela graça de Donana.

Ela era linda como poucas estrelas,
Cheirava ao perfume dos jasmins dos Mouros.
Era tão formosa e graúda
Que já teve homem querendo a ela dar tesouros.

Em noite pouco iluminada
Bateu no camarim do Capitão
Um amarelo Bartô da Encruzilhada
Para a ele caguetar uma situação.

Meu Capitão eu vim aqui te contar
Cosia que vi e não posso esconder.
Vi Donana lá fora a fazer
Coisas que ao senhor possa envergonhar.

Me conte bom fofoqueiro
O que tens pra me dizer,
Pois problemas de minha filha para resolver
É o que mais tenho o tempo inteiro.

Meu capitão, não sei por onde começar,
Mas vou pelo primeiro instante
Em que vi a Donana, Debutante,
Com o safado do timoneiro, Cabaxum de Damião, a namorar.

Valeime minha Santa da Conceição!
Me diga seu amarelo desenfeliz
O que tem pra me falar, seu aborto de concriz.
Se não me contar, arranco seus bigodes e outras partes mais queridas que falta vão fazer para proliferação.


Não se afobe descuidado Capitão
Vi Donana pelada dos peitos,
Vi donana pelada dos quartos,
Engembrada no Cabaxum e manejando dele o timão.

Eu não queria, mas opção o senhor não me deu.
Safadeza desse porte
Nem no namoro do Diabo com a Diaba.
Vi Donana fazendo pose igual a do cavalo do velho fariseu.

Menina desajuizada.
Com quem foi que isso ela aprendeu?
Tanto que cuidei de sua virtude
Pra dessa forma ter a honra manchada.

Calma Capitão que isso não é tudo.
Donana é danada
E desse assunto sabe muito.
Teve uma hora que deu uma bocada no rapaz que quase faz Del um eunuco.

Me traga esse sem-vergonha do mangue.
O nome da minha filha não vai ficar manchado.
Ou ele casa com Donana e salva seu pescoço,
Ou vou esse barco lavar com muito sangue.

E meio abilolado pelos pifões que levou
Chegou Cabaxum de Damião
No camarote do enraivado Capitão,
Pai da menina que desonrou.

Você agora vai casar seu filho de chocadeira.
Buliu na minha pobre Donana,
Se lambusou onde não devia.
Agora você casa. Queira ou não queira!

Mas capitão, espero que o senhor me entenda.
Donana não é santa e não fui eu o primeiro,
Pois de seus subordinados, que são 69 marinheiros,
Não tem sequer um que não tenha passeado na sua herdeira.

Até mesmo esse amarelo falador.
Em dia de lua cheia e céu estrelado
Se atracou com Donana bem ai no camarote do lado
E só saiu quando já sentia ardor.



Menina desavergonhada. Agora nem sei o que fazer.
Dela só estragaram o corpo.
Já acabaram com minha moral.
O que me resta e nessa embarcação uma lei estabelecer.

A partir de hoje decreto oficialmente
Que minha filha tem um harém e 69 marinheiros.
Satisfaçam ela todos os dias, seus gostos e regalias.
Sendo assim, dessas linhas mal traçadas, assino rente.

5 comentários:

Tássia Araújo disse...

vi teu blog no teu orkut, te achei n sei como, mais compensou a procura por blogs bem escritos!!!
parabens.
=)

velho galego disse...

:D
joia que gostou.
e a vou editar tudo isso pra fazer um livro!
eu n vou colcoar as ilustrações aqui pra poder dar graça quando lançar ele.
me add no orkut!
obrigado pela atenção.

Anônimo disse...

ja faz um tempao q olho o blog e nao comento..entao nem sei mais teu orkut!!
lembro q vi algumas fotos no album e sao lindissimas.
passa o link do orkut.
atençao merecida!
bjo
http://www.orkut.com/Home.aspx?xid=13850735188170412376

Anônimo disse...

anonimo=tassia

Anônimo disse...

Adorei esse tambem, muito massa!!!
pense numa cabeça que pensa umas historias q ninguem pensa! =)