quarta-feira, 12 de março de 2008

O grande espetáculo da rudia das cores do amanhecer

Um dia eu vi uma rudia colorida,
Grande que nunca tinha visto,
O povo tava chamando de mambembe.
Tinha uma fila que nem me lembro o tamanho,
Era gente de todo canto
Da roça, do largo, da vila, do vale
Tinha gente que nem se sabia por onde contar.
Meninada que dava na canela.
Uma correria, um bate-bate, um rige-ruge
Menino num bota o dedo ai, buliçoso.
Mas mãe, o dele é maior que o meu.
E tu visse mirtinha se banhando no açude?
E eu lá tenho essa sortitude!?
Menina não bula com essa cachorra.
Mas rapais, ó prai, ele nem pra olhar pra mim.
Olha a maçã! Vermelhinha, docinha!
Menino senvergonho, vá pedir dinheiro pra seu pai.
Ô Avilino, vamo sentar na frente pra ver as perna da moça do mágico?
E se ele morder?
O sorvete é baratinho, tem pro senhor e pro seu vizinho.
E a fila foi se correndo feito serpente,
Entrando na rudia, toda aquela gente
Foi encontrando seu lugar nas tauba que rangia quando o povo sentava.
E de repente se escuta um papoco.
Foi Zé Culé, que tinha tomado uns pifão,
Drumiu escorado no candeeiro,
Que tocou fogo no palheiro,
Que pegou no tar do Mambembe.
Foi uma correria danada,
Era home pegado nos pés da santa,
Mulher agarrada no braço do esposo,
Zé do gás se divertia feito pinto no lixo,
Se mijava de rir com tudo aquilo.
A mulher barbada ficou sem bigode no meio do fogaréu,
O macaco queimou o rabo e corria feito um aluado,
O mágico tentava salvar os coelhos de seu chapéu,
O homem grande mas parecia uma madame de tanto que chorava,
A bailarina saiu desembalada na carreira com a saia presa no pescoço,
Um chinela veia torada num pé de um trupicão, a outra ninguém dava fé,
Os peitinho tava de fora fazia tempo,
E o bom palhaço corria pra acudir o anão
Que se embolava no chão pro mode seu cabelo chamuscado.
O elefanta, com a venta, jogava água na cabeleira do leão.
A meninada sentada na grama se ria do acontecido,
Batia palma de cada pipoco quee escapolia,
Cada escorrego era uma gargalhada.
Eita, lá vai o rei da galhofa com a peruca queimada. Gritou Toinho
E foi assim que se deu o grande espetáculo da rudia das cores do amanhecer.

5 comentários:

Larissa Minghin disse...

Ivan é sempre coisa boa de ler.
Meudeus, como mexe comigo!
Solta esse livro logo pra levar comigo pra onde for! =]

E gosto disso, dessa coisa que me deixa sem palavras.
Fico aqui, sentindo...!

Anônimo disse...

O texto faz a gt vê quantas cores tem esse amanhecer.
São cores fortes.. uma para cada ato, personagem e sentimento!
:*

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

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Agora eu n sei.. n vejo mais nda quando leio esse texto que n parta ou se pareça com aquele desenho!
amo amo amo
:*